GOOSE

A banda de rock eletrônico belga GOOSE tem uma base de fãs que abrange toda a Europa. O ano de 2020 marca duas décadas de sucesso e também o décimo aniversário de seu segundo álbum, Synrise. Para marcar a ocasião e dar a seus fãs algo especial nesses tempos difíceis, a GOOSE colaborou com a Sennheiser e a Universidade de Ciências Aplicadas e Artes PXL da Bélgica para produzir uma extraordinária gravação binaural e um mix da faixa-título do álbum.

A GOOSE, composta por Mickael Karkousse (vocais/sintetizador), Tom Coghe (sintetizador), Dave Martijn (sintetizador) e Bert Libeert (bateria), nunca tem medo de pensar fora da caixa quando se trata de desenvolver novas ideias em termos de produção musical e shows ao vivo. Quando surgiu a ideia de gravar uma versão imersiva de Synrise, tanto a Sennheiser quanto a PXL, conhecida por ir além dos limites da inovação em tecnologia de áudio, enxergaram uma oportunidade de oferecer algo novo e significativo no desenvolvimento de áudio imersivo.

É nossa resposta para todos os shows em streaming


"Há alguns anos, fomos apresentados ao som imersivo para várias aplicações, como uma nova maneira de mixar ao vivo e de vivenciar a música ao vivo em um ambiente, ou usando a tecnologia como músicos em nossos IEMs", diz a GOOSE. "Para sermos honestos, nenhuma dessas aplicações pareceu útil para nós. Amamos a simplicidade de um bom e velho show de rock'n roll: alto-falantes na esquerda e na direita e uma multidão pulando sem parar. Mas agora que tudo isso vai sumir por um bom tempo, estávamos procurando maneiras de interagir com nossos fãs. E, de repente, a ficha da tecnologia imersiva caiu. Não como um efeito ou como um experimento geek, mas para nos ajudar a contar nossa história.

"É a nossa resposta para todos os shows em streaming; a maneira como sempre buscamos construir uma conexão real com nossos fãs. E o streaming com baixa qualidade de vídeo e áudio não estava à altura dos nossos fãs e nem do nosso próprio padrão. Portanto, integrar o som imersivo em uma gravação ao vivo em um único take feito por um de nossos melhores Diretores de Fotografia, Maximiliaan Dierickx, era a única opção." Trabalhar com a GOOSE foi, de acordo com Tom Van Achte e Arthur Moelants da PXL, um processo natural. Ao decidir por uma combinação binaural, que filtra o som, fazendo com que o cérebro acredite que uma fonte vem de uma direção específica, a equipe da PXL fez parceria com a Sennheiser para o projeto, sabendo que as soluções de gravação imersiva AMBEO 3D dos especialistas em áudio, especialmente o AMBEO VR Mic, seriam ideais para fornecer os resultados que eles estavam procurando.

Precisamos da sensação de estar no recinto conosco


"Na PXL, somos pesquisadores de áudio imersivo. Por isso, sabemos que a configuração da gravação é sempre o ponto de partida, e você precisa estar ciente de qual será o resultado", diz Tom Van Achte. "Para o Synrise, tomamos a decisão de gravar muitas fontes e usar muitos microfones. A posição da banda na sala foi crucial, mas, felizmente, era exatamente assim que eles ensaiavam. Por isso, foi um bom ponto de partida. Ficamos em uma ótima posição, na qual a Sennheiser e a Neumann forneceram tudo que pedimos, juntamente com algumas opções adicionais, como um microfone de cabeça vazia Neumann KU 100, que usamos como referência para o editor de vídeo, mas foi, basicamente, uma ferramenta de pesquisa para nós."

"Em circunstâncias ao vivo 'normais', usaríamos um PA estéreo para amplificar nosso som", explica a GOOSE. "Isso significa que todos os nossos instrumentos viriam de apenas duas direções: esquerda e direita. Para a gravação, colocamos amplificadores atrás de cada músico e fizemos um mix orgânico que foi perfeito no centro da sala como ponto de referência, mas foi crucial que ele também soasse ótimo em qualquer ponto da sala. Isso traz a vantagem de que, quando a câmera percorre a sala, ela grava o som do ponto exato em que o cinegrafista está. Além disso, a PXL posiciona microfones em cada canto da sala para gravar todo o espectro de sons, o que nos dá a oportunidade de gravar completamente a sala. Todas essas pistas foram usadas no mix final para dar uma sensação ideal de estar na sala conosco."

Embora microfones spot tenham sido usados no mix para garantir que o áudio viesse do local correto em relação à posição da câmera, propiciando uma experiência mais natural, um microfone Sennheiser AMBEO VR também foi montado na câmera, usando quatro transmissores bodypack SK 6000 para operação sem fio, a fim de permitir que o cinegrafista se movimentasse livremente pela sala. O kit de bateria também foi microfonado atentamente usando dois TLM 103s da Neumann para overheads, um KM 184 da Neumann para o hi-hat e dois Sennheiser e 904s para tons, com samples eletrônicos usados para bumbo e caixa. Um Sennheiser e 935 foi usado para os vocais do baterista, e dois Neumann KMS 105s foram implantados para vocais adicionais. Quatro omnimicrofones Sennheiser MKH 8020 suspensos também foram usados no mix, pois a câmera não se movia apenas horizontalmente pela sala, mas também verticalmente, e esses microfones abriram a camada aérea. O resultado final é uma combinação do AMBEO VR Mic mixado usando o plugin dearVR Ambi Micro, com linhas diretas dos sintetizadores e microfones, dando um equilíbrio entre a gravação AMBEO e a multipista.

O mix de áudio acompanha a perspectiva da câmera


Todas as fontes, com exceção do AMBEO VR Mic, foram automatizadas em um DAW de acordo com o movimento da câmera, pois esse era um componente vital para poder acompanhar de onde o som estava vindo.

"O mais importante é nossa visão geral e a posição dos microfones", explica Van Achte. "Com a ajuda de Frank Voet, engenheiro de FOH da GOOSE, levamos um dia para obter o som que queríamos nos microfones. Fizemos isso à maneira 'antiga', simplesmente ouvindo. Parece lógico, mas as pessoas esquecem isso. A escolha dos microfones também determina parte do som, e não havia muitas alternativas ao VR mic na câmera."

"O resultado foi exatamente o que esperávamos", conclui a GOOSE. "A câmera convida você para dentro da sala conosco e, como ouvinte/espectador, você realmente tem a impressão de que está ouvindo o som da sala. Quando você está mais perto de Dave, você ouve as partes dele com mais destaque do que quando está na frente da bateria de Bert. É mesmo como se você estivesse na sala conosco, caminhando pelo estúdio. Estamos especialmente orgulhosos por termos usado essa tecnologia do ponto de vista de um músico/produtor. Adoramos instrumentos ao vivo e adoramos gravá-los da maneira mais orgânica possível. E foi exatamente isso que fizemos."